terça-feira, 30 de março de 2010

FIDELIDADE NA EVANGELIZAÇÃO




Autor:Gilson Santos
“A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.” (1 Pe 1.25). Não há outra entrada para o céu, exceto a estreita passagem do novo nascimento; sem santidade, ninguém jamais verá a Deus (Hb 12.14). Deus uniu a fé e o arrependimento para serem as duas facetas de nossa resposta ao chamado do Salvador, deixando bem claro que vir a Cristo é abandonar o pecado e renegar a impiedade. Se falharmos em manter unidas, estas coisas que Deus juntou, nosso cristianismo será distorcido.. A fé salvadora, o arrependimento, o compromisso e a obediência são todas operações divinas, realizadas pelo Espírito Santo no coração daquele que é salvo. Não há obras humanas no ato da salvação. A salvação vem unicamente pela graça, mediante a fé (Ef 2.8). Sola Gratia e Sola Fide são dois dos pilares da Reforma. Entretanto, a verdadeira salvação não pode nem deixará de produzir obras de justiça na vida do verdadeiro crente. A obra de Deus na salvação inclui uma mudança de intenção, vontade, desejos e atitudes que produz inevitavelmente o fruto do Espírito.

Por que existem atualmente igrejas tão fracas? Por que tantas conversões são anunciadas e tantos membros arrolados às igrejas, e estas têm causado cada vez menos impacto sobre a sociedade? Por que não se pode distinguir muitos crentes dos incrédulos? Não é porque muitos chamam de crentes pessoas que na verdade não são regeneradas? Não será que muitos estão tomando .forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. (2 Tm 3.5)?

Nem todo aquele que afirma ser crente o é na verdade. Jesus declarou em solenes palavras: .Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. (Mt 7.21). Incrédulos fazem falsas profissões de fé em Cristo, e aqueles que não são crentes verdadeiros podem iludir-se, pensando que estão salvos. O diabo tem produzido muitas imitações de conversão, enganando as pessoas, ora com isto, ora com aquilo. Ele possui tamanha habilidade e astúcia que, se possível, enganaria os próprios eleitos.

Este fato teria sido considerado como ponto pacífico, há algumas décadas; hoje, não mais. O barateamento da graça e a fé fácil em um evangelho distorcido estão arruinando a pureza da igreja. O abrandamento da mensagem do Novo Testamento trouxe consigo um inclusivismo putrefato que, com efeito, vê qualquer tipo de resposta positiva a Jesus como um equivalente para a fé salvadora. Os crentes de hoje estão dispostos a aceitar qualquer coisa, que não seja a rejeição aberta, como a autêntica fé em Cristo. O evangelicalismo moderno desenvolveu um território largo e notável, que abriga até aqueles cuja doutrina é suspeita ou cujo comportamento denuncia corações rebeldes contra as coisas de Deus.

O evangelho que Jesus pregou não fomentava esse tipo de credulidade. Desde o início de seu ministério público, nosso Senhor evitou adesões rápidas, fáceis ou superficiais. Sua mensagem resultou em mais rejeição do que em aceitação entre os seus ouvintes, pois recusava-se a proclamar palavras que dessem a qualquer pessoa uma falsa esperança. Suas palavras, voltadas sempre para as necessidades do indivíduo, nunca deixaram de fazer murchar a autojustiça dos que O procuravam, ou de pôr à mostra segundas intenções, ou de alertar quanto a uma fé falsa ou a um compromisso superficial.

Nas décadas recentes, tem surgido uma geração de cristãos professos cujo comportamento raramente se distingue da rebeldia em que vive o não-regenerado. Um desdobramento do Congresso Internacional de Evangelização Mundial (realizado em 1974, em Lausanne, Suíça) já apontava para esta realidade:

Da parcela de aproximadamente um bilhão de pessoas que compõe a população cristã do mundo, sabe-se que muitos ainda precisam ser evangelizados. São os .cristãos nominais., que não se comprometeram com Jesus Cristo e não Lhe reconhecem as reivindicações sobre suas vidas...

Talvez haja centenas de milhões de cristãos nominais entre os protestantes de todo o mundo. É impossível obter dados precisos... Ao examinarmos a nossa tarefa, duas coisas se tornaram claras. Primeiro, estamos tratando de uma importante tarefa na evangelização do mundo. Segundo, estamos sendo desafiados pelo nosso próprio incipiente nominalismo e compelidos a examinar o nível de nosso próprio compromisso cristão.

Este relatório demonstrava que nem tudo estava bem nas igrejas e denominações evangélicas. Por trás das fachadas dos brilhantes relatórios de crescimento e das estatísticas impressionantes, existia uma convicção de que a igreja carecia de poder em seu evangelismo. Ao mesmo tempo, nunca existiram tantas novas igrejas, tantas campanhas evangelísticas e tantos crentes estudando para o trabalho de evangelismo pessoal. Nunca se realizou tantas conferências e seminários em uma tentativa de exame sério das causas e curas no ministério do evangelho. Organizações denominacionais e interdenominacionais também se lançavam em campanhas procurando transcender as barreiras das denominações em esforços evangelísticos. A verdade, porém, é que estes esforços limitavamse também por outras barreiras:

Tendo aceito a teoria de que unidade é uma máxima para o evangelismo em larga escala, tanto a igreja quanto o indivíduo são forçados a rebaixar o seu conceito do valor da verdade. Não podendo insistir em verdades bíblicas que venham a ofender outro irmão evangélico, temos de procurar o menor denominador comum a todos os crentes. Rotula-se, então, o resto da Bíblia como .não essencial. à evangelização, pois, afinal de contas, estima-se que a unidade entre os crentes é mais importante do que a exatidão doutrinária.

As sociedades interdenominacionais nunca param a fim de perguntar: .O que é na realidade o evangelho de Cristo?.; isto poderia trazer respostas incômodas, que feririam a outros; poderia condenar a maior parte de suas próprias mensagens e metodologia e trazer à baila uma gama de opiniões diferentes. Adotar a posição de uma igreja significaria perder o apoio de cinco outras, e então todo o sistema construído sobre a premissa de unidade desmoronaria.

A igreja local também se encontra impedida de especificar bem a verdade. Isto pode afetar a sua harmonia com a denominação ou com a associação. Definir o evangelho cuidadosamente (como apresentado na Bíblia) traria conflito com a organização de mocidade; ou talvez demonstre que as lições de escola dominical presentemente em utilização devam ser descartadas; ou mesmo que aquela campanha tenha de ser abandonada. Dar atenção ao conteúdo do evangelho pode significar atrito com outros evangélicos, e a premissa é que a unidade é chave de sucesso.

Em todas as épocas e lugares, os servos de Cristo estão sob a ordem de evangelizar, ou seja, proclamar o evangelho. Nas páginas da Bíblia, a evangelização é algo que centraliza-se em Deus. A Escritura Sagrada exige que a evangelização seja da parte de Deus, .por meio dEle e para Ele. (Rm 11.36). É triste dizer, mas grande parte da evangelização contemporânea é antropocêntrica . centralizada no homem.5 Com excessiva freqüência, as luzes da ribalta focalizam o evangelista . sua personalidade, eloqüência, a arte com que ele dispõe os argumentos, a história de sua conversão, as dificuldades pelas quais passou, o número de pessoas que se converteram pelo trabalho dele e, em alguns casos, os milagres que alguns dizem que ele realizou. Às vezes, a atenção é posta nos que estão sendo evangelizados. Ressalta-se o grande número deles, o triste estado em que se encontram . exemplificado na pobreza, doença e imoralidade . sua suposta ansiedade pelo evangelho da salvação e, pior de tudo, fala-se do bem que existe neles e os capacita a exercitarem a fé salvadora, por sua livre vontade, embora não regenerada. E quantas vezes o bem-estar do homem . bemestar terreno ou eterno . é a única finalidade da evangelização!

Uma igreja sadia necessita ter entre suas características uma compreensão bíblica do evangelismo. Para todos os membros da igreja, mais particularmente para os líderes que têm o privilégio e responsabilidade de ensinar, uma compreensão bíblica do evangelismo é crucial. Naturalmente, isso precisa estar intimamente relacionado a outras compreensões bíblicas, como, por exemplo, a do evangelho e a da conversão. É óbvio que a maneira como alguém compartilha o evangelho está intimamente relacionada ao modo como ele o compreende. Quando o evangelho é redefinido como algo que significa pouco mais do que uma mensagem de auto-ajuda espiritual, e a conversão degenera-se de um ato de Deus para uma mera resolução humana, a compreensão e prática da evangelização terão suas conseqüências lógicas. Por outro lado, se a mente for moldada pela Bíblia no que concerne a Deus, ao evangelho, à necessidade humana e à conversão, uma correta compreensão do evangelismo fluirá naturalmente.

Quando alguém herda práticas e ensinamentos que presume serem corretos na prática da evangelização, talvez nunca pense em questionar a metodologia e a mensagem com a qual está acostumado. Entretanto, este assunto é sério e afeta cada um de nós. Essas coisas devem preocuparnos.

Lembro-me bem de quando li Evangelização e Soberania de Deus, de J. I. Packer. Ele foi um instrumento usado por Deus para auxiliar-me no equilíbrio do conceito bíblico de evangelização. Eu havia assumido a Cadeira de Evangelismo em um seminário batista e deparava-me com o desafio de fornecer aos alunos um conceito adequado e, portanto, bíblico de evangelização. À época, eu pensava que os cristãos evangélicos não precisavam gastar tempo em discutir este asssunto. Em vista da ênfase que os evangélicos sempre deram à primazia da evangelização, seria natural imaginar que todos fossem perfeitamente unânimes sobre o que ela significa. Eu estava errado! Logo entendi que reinava grande confusão acerca deste ponto. A raiz da confusão pode ser dita numa sentença. .Trata-se de nosso generalizado e persistente hábito de definir a evangelização não em termos de uma mensagem anunciada, mas de um efeito produzido em nossos ouvintes.. Isto significa dizer que a essência da evangelização é produzir convertidos.

Isso, entretanto, não pode ser correto. A evangelização é uma obra do homem, mas a dádiva da fé pertence a Deus. É verdade, realmente, que cada evangelista tem por alvo converter os pecadores e que nossa definição expressa perfeitamente o ideal que ele deseja ver cumprido em seu próprio ministério; porém, a questão de ele estar ou não evangelizando não pode ser resolvida simplesmente pela pergunta: .Meu ministério tem produzido conversões?. Missionários entre os muçulmanos têm labutado durante a vida inteira sem ver qualquer convertido; deveríamos concluir que não estão evangelizando? Tem havido pregadores não-evangélicos através de cujas palavras (nem sempre compreendidas no sentido pretendido) algumas pessoas foram saudavelmente convertidas; deveríamos concluir que esses pregadores estavam evangelizando? Certamente a resposta é negativa em ambos os casos. Os resultados da pregação dependem não das vontades e intenções dos homens, mas da vontade do Deus todo-poderoso. Essa consideração não quer dizer que devamos ser indiferentes quanto a ver ou não os frutos de nosso testemunho em favor de Cristo; se não estiverem aparecendo os frutos, devemos buscar a face de Deus para descobrir o motivo. Essa consideração, todavia, significa que não devemos definir a evangelização em termos dos resultados obtidos.

Como, pois, deveria ser definida a evangelização? A resposta dada pelo Novo Testamento é muito simples. De acordo com o Novo Testamento, a evangelização consiste apenas na pregação do evangelho, as boas novas. É uma obra de comunicação na qual os crentes se tornam porta-vozes da mensagem sobre a misericórdia de Deus para os pecadores. Todos quantos anunciam fielmente essa mensagem, sob quaisquer circunstâncias, tanto em numerosa como em pequena reunião, em um púlpito ou em conversa particular, estão evangelizando. Visto que a mensagem divina tem por clímax o apelo da parte do Criador a um mundo rebelde, para que este se volte e deposite fé em Cristo, a entrega da mensagem envolve a chamada dos ouvintes à conversão. Se não estamos procurando obter conversões nesse sentido, não estamos evangelizando. Porém, a maneira de saber se alguém está evangelizando de fato não é perguntar se o testemunho está produzindo conversões. Pelo contrário, é perguntar se o pregador está proclamando fielmente a mensagem evangélica.

Assim, pois, de acordo com a Bíblia, evangelismo consiste em apresentar as boas novas livremente, confiando a Deus a conversão das pessoas (At 16.14). .Ao SENHOR pertence a salvação. (Jn 2.9). Qualquer meio que utilizemos para forçar nascimentos espirituais será tão eficaz quanto Ezequiel tentando costurar os ossos secos ou Nicodemos procurando dar a si próprio um novo nascimento. E o resultado será semelhante. Se o número de membros de nossa igreja é notavelmente maior do que o número de presentes aos cultos, o que se entende por conversão? Que tipo de evangelismo tem sido praticado que resulta em tão grande número de pessoas com baixíssimo nível de envolvimento na vida da igreja e sem qualquer distinção dos incrédulos?

O pragmatismo tem afetado sensivelmente nossos conceitos, metodologias e práticas na evangelização. Pragmatismo é a noção de que o significado ou valor é determinado pelas conseqüências práticas. É muito similar ao utilitarismo, a crença de que a utilidade estabelece o padrão para aquilo que é bom. Para um pragmatista/utilitarista, se determinada técnica ou curso de ação resulta no efeito desejado, sua utilização é válida. Se parece não produzir resultados, então não tem valor. Algo é bom desde que funcione. Os pragmáticos, portanto, definem a verdade como aquilo que é útil, significativo e benéfico.

O pragmatismo como filosofia foi desenvolvido e popularizado no final do século passado. Conquistou a alma norte-americana e espalhouse por toda a cultura ocidental. O mais alarmante, entretanto, é que um surto irresistível de pragmatismo veio a permear o evangelicalismo. E, arrastados na torrente pragmática avassaladora, as igrejas e seus líderes retiram a teologia do seu lugar de honra e, em lugar desta, entronizam a metodologia. .Quando o pragmatismo se torna a filosofia norteadora da vida, da teologia e do ministério, acaba, inevitavelmente, colidindo com as Escrituras.

Livros e manuais que falam sobre Crescimento de Igreja hoje são best-sellers. Pastores e líderes estão famintos por livros que, de forma simples e prática, narrem o testemunho de líderes e outras igrejas que têm experimentado assombrosos crescimentos numéricos. Porém, de modo geral, nestes livros (bem como nos modelos e projetos por eles apresentados), sente-se falta de uma avaliação teológica dos modelos de planejamento estratégico empregados por essas igrejas e líderes. Atualmente, estão em voga as técnicas de crescimento de igreja que acriticamente absorvem a perspectiva antropológica moderna. Um exemplo: a antropologia adotada pelas correntes de planejamento estratégico está fundamentada na perspectiva de Rosseau, da bondade intrínseca do homem, levando-nos a acreditar que tudo se resolve com o método; homens bons com um método de desenvolvimento adequado significa sucesso garantido.

É sob essa luz que podemos entender a rejeição e o menosprezo da metodologia tradicional . especialmente, da pregação . em favor de novos métodos. Estes, supostamente, são mais .eficazes., ou seja, atraem grandes multidões. O pragmatismo encara a pregação (particularmente, a expositiva) como antiquada. Proclamar de modo claro e simples a verdade da Palavra de Deus é visto como ingênuo, ofensivo e ineficaz. Além disso, grandes mudanças revolucionaram o culto de adoração das igrejas. Os cultos agora são planejados no sentido de serem mais .divertidos., adicionados de grande dose de entretenimento. .O entretenimento está rapidamente se tornando a liturgia da igreja pragmática. A aceitação acrítica e a celebração efusiva de psicologia popular, técnicas de aconselhamento, exagerada ênfase em contextualiza ção, receitas de auto-ajuda, princípios de propaganda e marketing, correntes de administração e controle de qualidade, teorias de crescimento de igreja e outras tendências indicam o crescente comprometimento da igreja com o pragmatismo. Sutilmente, em vez de uma vida transformada, a aceitação por parte do mundo e a quantidade de pessoas alcançadas ou presentes aos cultos vêm se tornando o alvo maior da igreja contemporânea.

A nova filosofia é objetiva: a igreja está competindo com o mundo. O mundo é hábil em captar a atenção e os sentimentos das pessoas. A igreja, por outro lado, tende a ser muito pobre na .venda. de seu produto. Portanto, o evangelismo deve ser visto como um desafio de marketing, e a igreja deveria colocar o evangelho no mercado da mesma forma que todas as empresas modernas colocam os seus produtos. Isso requer mudanças fundamentais. O objetivo de todo marketing é .deixar o produtor e o consumidor satisfeitos.; então, tudo o que tende a deixar o .consumidor. insatisfeito precisa ser jogado fora. A pregação, especialmente a que fala sobre o pecado, a justiça e o juízo, é confrontadora demais para ser verdadeiramente satisfatória. A igreja necessita aprender a .divulgar. a verdade de forma a divertir e entreter.

Em suma, de forma indisfarçada, o que a nova filosofia está dizendo é o seguinte: a igreja tem sido muito antipática. A igreja pode e deve omitir, ou ministrar em doses homeopáticas, os elementos da mensagem bíblica que não se encaixam no plano promocional. O .bom senso. de marketing exige que o escândalo da cruz seja minimizado.

A filosofia contemporânea de ministério está apaixonada pelos padrões mundanos de sucesso... qualquer um que conhece as Escrituras [sabe que] critérios exteriores tais como afluência, números, dinheiro ou reações positivas jamais foram a medida bíblica de sucesso no ministério. Fidelidade, piedade e compromisso espiritual são as virtudes que Deus estima; e tais qualidades deveriam ser os tijolos com os quais se constrói uma filosofia de ministério. Isto é verdadeiro tanto para as igrejas grandes como para as pequenas. Tamanho não é sinônimo da bênção de Deus; popularidade não é barômetro de sucesso... Nas Escrituras, o sucesso exterior jamais é um objetivo digno de ser perseguido.

[Sucesso] não decorre de obtermos resultados a qualquer preço. O verdadeiro sucesso não é prosperidade, poder, proeminência, popularidade ou qualquer outro conceito mundano de sucesso. Sucesso genuíno é fazer a vontade de Deus apesar das conseqüências.

Precisamos retornar à ênfase sobre a necessidade de sermos fiéis. Isso é de importância vital em nossos dias. Acima do sucesso, devemos almejar a fidelidade. Lembremo-nos de Noé. Ele é descrito no Novo Testamento como .pregoeiro da justiça.. Que tipo de sucesso ele teve? Se o avaliarmos pelos critérios das correntes pragmatistas contemporâ- neas, concluiremos que ele foi um evangelista antipático, repetitivo e fracassado. Quanto às conversões, exceto os de sua própria casa, ele não obteve qualquer sucesso. Porém, quando o Senhor voltar, não dirá: .Muito bem, servo bom e bem-sucedido. Ele dirá: .Muito bem, servo bom e fiel.. Como alguém muito acertadamente já afirmou, no final, o que realmente será levado em conta não é o nosso sucesso, e sim a nossa fidelidade.

Fonte:editora fiel


Deus te abençõe sempre


Pastor Marcílio G. Marinho




sábado, 27 de março de 2010

ACORDE IGREJA

autor:Pr. Luiz Fernando




Existe um clamor vindo dos céus, rompendo as barreiras humanas e destronando os principados e potestades comovendo o coração da igreja para um retorno ao puro evangelho. Este clamor aponta para uma retomada de posição diante das blasfemas posturas assumidas por aqueles que tentam facilitar as decisões diante de Deus. Deus não se rebaixa para mudar seus padrões, mas eleva o homem para que este consiga viver no padrão dEle.
O que temos visto é um evangelho sem cruz e evangelho sem cruz não pode provocar arrependimento e contrição necessários para salvação. A banalização e a idiotização do evangelho tem levado a igreja para sarjeta moral, cultural e social. Nossos cantores gospel estão embriagados com as possibilidades de sucesso, vários pastores perderam a simplicidade da Palavra e estão drogados por números, as igrejas estão poluídas por uma teologia espúria e anti-bíblica. Pregadores da prosperidade envergonham e denigrem o Santo Evangelho do Senhor Jesus Cristo e o pior é que o povo de Deus tem sacrificado suas mentes, valores e princípios no altar do pragmatismo, de Mamon e da vida fácil. Nossos cultos tendem a ser festivos e atrativos para que as pessoas se sintam bem em nossos ambientes. Muitos pastores são ávidos em oferecer as bênçãos de Deus como se esse fosse o caminho real para uma transformação de vida. O que precisa ficar bem claro para todos é que não existem bençãos sem primeiro passar pela Cruz. Sem Cruz não existe vida cristã. Sem vida cristã andamos em círculos espiritualmente.
Metanoia é a palavra da vez. Metanoia deve ser para o ímpio e para o cristão. Nunca foi tão urgente um arrependimento em largas proporções. Para o cristão urge um arrependimento de obras mortas. De obras e comportamentos que ofendem a Deus. Uma Metanoia capaz de rasgar o coração e desnudar perante Deus nossas intimidades, pecados, pensamentos e sentimentos. Neste nível veremos um grande despertamento na igreja. Veremos o Espírito apontar para Jesus Cristo e engrandecê-lo. Veremos e experienciaremos uma comoção social de tal proporção que milhares e milhares virão aos pés do Salvador. Ou acordamos agora e damos meia volta ou veremos o juízo começar pela casa de Deus.
Que nós pastores alcancemos arrependimento pela nossa indiferença, descrença e abandono das verdades fundamentais da Palavra. Que choremos pelos nossos pecados. Que nós ministros do altar derramemos lágrimas diante do Todo Poderoso e alcancemos corações puros pelo Sangue de Jesus. Que voltemos a pregar o Evangelho sem fazermos barganhas para enchermos nossas igrejas. Que sejamos intransigentes com os valores do Reino e apontemos a suficiência da Palavra e do Salvador para as necessidades dos homens. Que primeiro nos alimentemos da Palavra para depois termos alimento para darmos ao povo. Que paguemos o preço de sermos a voz que clama no deserto, mas que sejamos íntegros diante dos descalabros apresentados. Que sejamos os modelos de humildade, justiça e de santidade.
Que a igreja se arrependa de ser tão mundana em nossos dias. Que a presença de Cristo seja real em nossos cultos. Que nossa adoração seja verdadeira e espiritual e não espetáculos para engrandecimento de homens e do sistema. Que olhemos para Jesus autor e consumador da nossa fé. Que a igreja seja limpa de mãos e pura de coração para subir ao monte do Senhor. Que intimidade do Senhor seja realidade para aqueles que O temem.
Que venha sobre nós a chuva do Espírito. Que Deus orvarlhe sobre nós Sua Graça e que nos encharquemos dela. Que a igreja tenha um só coração e mente para servir somente a Cristo e entronizá-lo como Senhor.
Pastor Luiz Fernando
Igreja Batista Aliança em Belo Horizonte
Formado em História e Teologia.Pós graduado em Adm.Financeira
e conferencista



Deus te abençõe sempre

Pastor Marcílio G. Marinho

terça-feira, 23 de março de 2010

O AVIVAMENTO QUE PRECISAMOS

Charles Haddon Spurgeon

Somos abençoados quando nos aproximamos de Deus através da oração. Sentimos tristeza ao perceber que muitas igrejas demonstram tão pouca importância à oração coletiva.

De que maneira receberemos alguma bênção, se nos mostramos negligentes em pedi-la? Podemos aguardar um Pentecostes, se jamais nos reunimos uns com os outros, a fim de esperar no Senhor? Irmãos, nossas igrejas nunca serão melhores, enquanto os crentes não estimarem intensamente a reunião de oração.

Mas, estando reunidos para oração, de que maneira devemos orar? Tenhamos cuidado para não cair no formalismo, pois estaremos mortos, imaginando que possuímos vida. Não duvidemos, motivados por incredulidade, ou estaremos orando em vão. Oh! que tenhamos fé imensa, para com ela apresentarmos a Deus grandes súplicas!

Temos misturado o louvor e a oração como um precioso composto de especiarias, adequado para ser oferecido sobre o altar de incenso por intermédio de Cristo, nosso Senhor. Não poderíamos agora apresentar-Lhe uma súplica especial, de maior alcance? Parece a mim que deveríamos orar em favor de um verdadeiro e puro avivamento em todo o mundo.

Um Avivamento Genuíno e Duradouro

Regozijo-me com quaisquer evidências de vida espiritual, ainda que sejam entusiásticas e temporárias, e não sou precipitado em condenar qualquer movimento bem-intencionado. Contudo, tenho bastante receio de que muitos dos chamados avivamentos, em última análise, causaram mais danos do que benefícios. Uma espécie de loteria religiosa tem fascinado muitos homens, trazendo-lhes repúdio pelo bom senso da verdadeira piedade.

Não desejo menosprezar o ouro genuíno, ao desmascarar as falsificações. Longe disso. Acima de tudo, desejamos que o Senhor envie-nos um verdadeiro e duradouro avivamento espiritual.

Precisamos de uma obra sobrenatural da parte do Espírito Santo, trazendo poder à pregação da Palavra, motivando com vigor celestial todos os crentes, afetando solenemente os corações dos indolentes, para que se convertam a Deus e vivam. Se este avivamento acontecesse, não seríamos embriagados pelo vinho do entusiasmo carnal, mas cheios do Espírito. Contemplaríamos o fogo dos céus manifestando-se em resposta às fervorosas orações de homens piedosos. Não podemos rogar que o Senhor, nosso Deus, revele seu poderoso braço aos olhos de todos os homens nestes dias de declínio e vaidade?

Antigas Doutrinas

Queremos um avivamento das antigas doutrinas. Não conhecemos uma doutrina bíblica que, no presente, não tenha sido cuidadosamente prejudicada por aqueles que deveriam defendê-la. Há muitas doutrinas preciosas às nossas almas que têm sido negadas por aqueles cujo ofício é proclamá-las. Para mim é evidente que necessitamos de um avivamento da antiga pregação do evangelho, tal como a de Whitefield e de Wesley.

As Escrituras têm de se tornar o infalível alicerce de todo o ensino da igreja; a queda, a redenção e a regeneração dos homens precisam ser apresentadas em termos inconfundíveis.

Devoção Pessoal

Necessitamos urgentemente de um avivamento da devoção pessoal. Este é, sem dúvida, o segredo do progresso da igreja. Se os crentes perdem a sua firmeza, a igreja é arremessada de um lado para o outro. Quando eles permanecem firmes na fé, a igreja continua fiel ao seu Senhor.

O futuro da igreja, nas mãos de Deus, depende de pessoas que na realidade são espirituais e piedosas. Oh! que o Senhor levante mais homens genuinamente piedosos, vivificados pelo Espírito Santo, consagrados ao Senhor e santificados pela verdade!

Irmãos, cada um de nós precisa viver, para que a igreja continue viva. Temos de viver para Deus, se desejamos ver a vontade do Senhor prosperar em nossas mãos. Homens consagrados tornam-se o sal da sociedade e os salvadores da raça humana.

Espiritualidade no Lar

Necessitamos profundamente do avivamento da espiritualidade no lar. A família cristã era o baluarte da piedade na época dos puritanos; mas, nesses dias maus, centenas de famílias chamadas cristãs não realizam adoração no lar, não estabelecem restrições, nem ministram qualquer disciplina e ensino aos seus filhos. Como podemos esperar que o reino de Deus prospere, quando os discípulos de Cristo não ensinam o evangelho a seus próprios filhos?

Ó homens e mulheres crentes, sejam cuidadosos naquilo que fazem, sabem e ensinam! Suas famílias devem ser treinadas no temor do Senhor, e sejam vocês mesmos “santos ao Senhor”. Deste modo, permanecerão firmes como uma rocha no meio das ondas de terror que surgirão e da impiedade que nos assedia.

Intenso e Consagrado Poder

Desejamos um avivamento de intenso e consagrado poder. Tenho suplicado por verdadeira piedade; agora imploro por um de seus mais nobres resultados. Precisamos de santos. Precisamos de mentes graciosas, experimentadas em uma elevada qualidade de vida espiritual resultante de freqüente comunhão com Deus, na quietude.

Os santos adquirem nobreza por meio de sua constante permanência no lugar onde se encontram com o Senhor. É aí que adquirem o poder na oração que tanto necessitamos. Oh! que o Senhor levante na igreja mais homens como John Knox, cujas orações causavam à rainha Maria mais terror do que 10.000 soldados! Oh! que tenhamos mais homens como Elias, que através de sua fé abriu e fechou as janelas dos céus!

Esse poder não surge por meio de um esforço repentino; resulta de uma vida devotada ao Deus de Israel. Se toda a nossa vida for pública, teremos uma existência insignificante, transitória e ineficaz. Entretanto, se mantivermos intensa comunhão com Deus, em secreto, seremos poderosos em fazer o bem. Aquele que é um príncipe com Deus ocupará uma posição nobre entre os homens, de acordo com a verdadeira avaliação de nobreza.

Estejamos atentos para não sermos pessoas dependentes de outras; nos esforcemos para descansar em nossa verdadeira confiança no Senhor Jesus. Que nenhum de nós caia numa situação de infeliz e medíocre dependência dos homens! Desejamos ter entre nós crentes firmes e resistentes, assim como as grandes mansões que permanecem, de geração em geração, como pontos de referência de nosso país; não almejamos crentes semelhantes a casas de saibro, e sim a edifícios bem construídos, capazes de suportar todas as intempéries e desafiar o próprio tempo.

Se na igreja tivermos um exército de homens inabaláveis, firmes, constantes e sempre abundantes na obra do Senhor, a glória da graça de Deus será claramente manifestada, não somente neles mesmos, mas também naqueles que vivem ao seu redor. Que o Senhor nos envie um avivamento de poder consagrado e celestial!

Pregue por intermédio de suas mãos, se você não pode pregar por meio de seus lábios. Quando os membros de nossas igrejas demonstrarem o fruto de verdadeira piedade, imediatamente encontraremos pessoas perguntando qual a árvore que produz esse fruto.

A oração coletiva dos crentes é a primeira parte de um Pentecostes; a conversão dos pecadores, a outra. Começa somente com “uma reunião de oração”, mas termina com um grande batismo de milhares de convertidos. Oh! que as orações dos crentes se tornem como ímãs para os pecadores! E que o reunir-se de homens piedosos seja uma isca para atrair os homens a Cristo! Venham muitas pessoas a Jesus, porque vêem outros correrem em direção a Ele.

“Senhor, afastamos nosso olhar desses pobres e tolos procrastinadores e buscamos a Ti, rogando-Te que os abençoes com o teu onisciente e gracioso Espírito. Senhor, converte-os, e eles serão convertidos! Através de sua conversão, rogamos que um avivamento comece hoje mesmo. Que este avivamento se espalhe por todas as nossas casas e, depois, pela igreja, até que todos os crentes sejam inflamados pelo fogo que desce dos céus!”

Fonte:www.editorafiel.com.br


Deus te abençõe sempre

Pastor Marcílio





sábado, 20 de março de 2010

POR QUE NO DOMINGO?

O. Palmer Robertson


Essa pergunta pode ser embaraçadora. Por que adoramos a Deus no domingo? A Bíblia não diz que o sétimo dia é o tempo consagrado a Ele por seu povo? Onde as Escrituras dizem que o crente deve santificar o primeiro e não o sétimo dia da semana? Essas perguntas são legítimas, temos de admitir; também são perguntas que exigem resposta. Portanto, o que podemos dizer sobre este assunto?

Criação e Redenção
Comecemos considerando as evidências do Antigo Testamento. Neste, o sábado não era apenas um dia especial, que deveria ser reconhecido uma vez por semana. Tinha um significado mais rico. Apontava para o futuro descanso de redenção que Deus realizaria em favor de seu povo. O sábado não era apenas um lembrete do descanso que ocorreu após os seis dias de criação. Também era celebrado porque Deus libertara seu povo da escravidão no Egito.
Deus repetiu o mandamento a Moisés depois que Israel peregrinou no deserto durante quarenta anos, pouco antes de entrarem na terra da promessa. Quando Deus repetiu a lei que havia sido entregue no Sinai, os Dez Mandamentos foram os mesmos. Nenhum deles foi alterado. Mas o motivo para a lei referente ao sábado era diferente. No Sinai, o povo de Deus foi instruído a observar o sábado, por- que Deus havia descansado após os seis dias de criação (Êx 20.11; cf. Gn 2.3). Mas na Transjordânia Deus ordenhou que Israel guardasse o sábado tendo em vista a sua redenção do Egito (Dt 5.5). Não somente por causa da criação, mas também por causa da redenção, o povo de Deus deveria descansar um dia em sete.
Sabemos que a libertação de Israel da escravidão no Egito, por intermédio do cordeiro pascal, era apenas uma sombra, uma profecia de uma libertação que ocorreria através da morte sacrificial e da poderosa ressurreição de Jesus Cristo. Os santos do Antigo Testamento olhavam adiante, para a vinda do futuro descanso de seus fardos de pecados, assim como em cada semana olhavam para seu descanso do trabalho, no sábado. Portanto, quando Israel entrou na terra do seu “descanso”, sob a liderança de Josué, marcharam ao redor de Jericó por sete dias. E, no sétimo dia, marcharam sete vezes ao redor das muralhas da cidade. Após haverem completado a marcha pela sétima vez, no sétimo dia, as muralhas ruíram, e o povo de Deus começou a entrar em seu “descanso”, na terra de Canaã. A tomada de Jericó forneceu uma ilustração do povo de Deus entrando em “descanso sabático”.
De maneira semelhante, os setenta anos do cativeiro de Israel indicavam o descanso da redenção que viria à terra prometida. Durante os setenta anos do cativeiro de Israel na Babilônia, a terra estava se agradando “dos seus sábados” (2 Cr 36.21).
Essas experiências do Antigo Testamento demonstraram que o povo de Deus estava olhando para o “descanso”, a redenção que seria realizada pelo Messias, no futuro. Trabalhavam seis dias da semana aguardando o “descanso” que no futuro desfrutariam. Pensavam na terra da promessa como o lugar onde eles entrariam no “descanso” de todos os fardos de sua vida.


Uma Nova Perspectiva
Mas agora a redenção já se realizou. Jesus veio para cumprir a profecia. Por meio de sua morte e ressurreição, trouxe seu povo ao seu “descanso” da redenção. Nós olhamos para trás, para a salvação consumada por Cristo. “Está consumado” foi o clamor de Cristo na cruz, e, por isso, sabemos que tudo foi realizado para libertar-nos do pecado, da morte e de todos os males deste mundo.
Por conseguinte, o crente possui uma nova perspectiva sobre o descanso da redenção. A ressurreição de Cristo foi um acontecimento tão significativo quanto a criação do mundo. Por meio de sua ressurreição, a nova ordem de universo veio à existência. Uma nova maneira de viver passou a existir. A pedra foi rolada do sepulcro de Jesus a fim de permitir que os discípulos entrassem, não para que Jesus saísse! Por causa de sua nova forma de existência no corpo da ressurreição, Ele podia entrar e sair de cômodos fechados, sem necessidade de abrir as portas.


A Ressurreição de Cristo
Não deveria nos levar a ficar admirados o fato que os discípulos seguissem uma nova ordem em seus padrões de adoração e serviço para Deus. Eles começaram a se- mana reunindo-se com o Cristo ressurreto. Iniciavam a semana com uma celebração da redenção que fora realizada por Cristo. Considere atentamente as seguintes evidências de que a redenção realizada por Cristo determinou o dia da adoração.

1. Jesus Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mt 28.1). Ele entrou no “descanso” das obras não em um dia de sábado (o sétimo dia), e sim no domingo (o primeiro dia da semana). Visto que Jesus entrou em seu descanso no primeiro dia da semana, Ele nos encoraja a iniciar a semana “descansando” na confiança de que Ele suprirá, com apenas seis dias de trabalho, todas as nossas necessidades para os sete dias da semana.

2. Jesus apareceu aos seus discípulos reunidos na primeiro dia da semana, bem como a Maria e aos dois discípulos na estrada de Emaús (Jo 20.10,14,19; Lc 24.13). Por meio dessas aparições, no primeiro dia da sema- na, a ressurreição do Senhor estabeleceu um padrão para as reuniões dos discípulos. Esperavam ter comunhão com Ele no dia de sua ressurreição, que é o primeiro dia da se- mana.

3. Uma semana depois, Jesus apareceu novamente aos discípulos reunidos no primeiro dia da semana, sem estar presente nessa ocasião o duvidoso Tomé (Jo 20.26). Um novo padrão de reunir-se para adorar o Senhor estava emergindo. O povo de Deus na nova aliança estava criando o hábito de reunir-se no primeiro dia da semana, o dia da ressurreição de Cristo. Jesus honrou essas reuniões, ao aparecer aos discípulos nessas ocasiões e fortalecer sua fé no Senhor ressurreto.

4. O Senhor ressuscitado derramou seu Espírito exata-mente cinqüenta dias após o sábado da páscoa dos judeus, ou seja, aparentemente, no primeiro dia da semana (At 2.1; Lv 23. 15,16). O significado da palavra “pentecostes” é “cinqüenta”, referindo-se aos cinqüentas dias após o sábado da Páscoa. Quarenta e nove dias alcançariam sete sábados ou dias de descanso, e o qüinquagésimo dia seria um domingo, o primeiro dia da semana. Desse modo, parece que o Espírito Santo foi derramado no primeiro dia da semana, quando o povo de Deus da nova aliança estava reunido para adoração. Assim esse padrão referente ao dia da adoração seria estabelecido com mais firmeza. Tanto a ressurreição de Cristo quanto o derramamento do Espírito realizaram-se no primeiro dia da semana.

5. Durante o tempo em que o apóstolo Paulo pregava o evangelho de Cristo entre judeus e gentios em todo o mundo, o primeiro dia da semana era utilizado como a ocasião em que os crentes se reuniam para adoração. Na Grécia, Paulo e Lucas reuniram-se com o povo de Deus, a fim de partirem o pão e ouvirem a pregação da Palavra de Deus, no primeiro dia da semana (At 20.7). Esse era o dia em que o povo da nova aliança se reunia para ouvir a Palavra de Deus.

6. Paulo escreveu aos crentes de Corinto para estabelecer o padrão referente às suas ofertas para o serviço do Senhor. Paulo ordenou que os crentes daquela cidade seguissem o padrão que havia sido estabelecido na Galácia (1 Co 16.1). No primeiro dia da semana, eles deveriam consagrar suas ofertas ao Senhor (1 Co 16.2). Ora, esse padrão referente ao dia de adoração se tornou comum a todos os crentes, em todas as igrejas. O primeiro dia da semana foi o tempo designado para eles apresentarem suas ofertas ao Senhor.


O Dia do Senhor
O sétimo e final assunto é este. O apóstolo João, em idade avançada e possivelmente o único sobrevivente do grupo dos primeiros apóstolos, havia sido banido para a ilha de Patmos. Nesta circunstância, ele não podia reunir-se com o povo de Deus para adoração. Mas o idoso após-tolo nos informa que achou-se, “em espírito, no dia do Senhor” (Ap 1.10). O significado desse achar-se “em espírito, no dia do Senhor” parece bastante claro. Pelo poder do Espírito Santo, ele entrara na presença do Senhor e estava oferecendo-Lhe sua adoração.
Mas o que significa a frase “dia do Senhor”? Em certo sentido, podemos dizer que cada dia da semana poderia ser chamado “dia do Senhor”. Mas o apóstolo João estava se referindo a algo mais específico. Ele não falou apenas sobre “um dia que havia sido consagrado ao Senhor”; pelo contrário, falou sobre o dia do Senhor. Por que esse dia era chamado o “dia do Senhor”? Esse é o dia que prova ao mundo que Ele é o Senhor. Nesse dia, Jesus fez o universo entender que Ele é o Senhor de tudo que existe. Foi o dia de sua ressurreição. Naquele dia, Ele venceu o último dos inimigos do pecador, a morte. No primeiro dia da semana, Ele mostrou que seu poder pode vencer todos os inimigos, até mesmo a morte. Este é “o dia do Senhor”.


Honrando a Deus
Nos dias do final da vida do apóstolo João, os crentes reconheciam que havia um dia da semana chamado “o dia do Senhor”. Naquele dia, eles celebravam a ressurreição de Cristo e o derramamento do Espírito. Aquele dia tornou-se o dia em que eles se reuniam para regozijarem-se na ressurreição de Cristo, pelo poder do Espírito Santo.
O mesmo acontece até hoje. Ainda permanece em vigor o mandamento original de honrar a Deus por separarmos um dia entre sete para adorá-Lo, visto que essa exigência fazia parte dos dez mandamentos preceituados nos padrões da lei moral de Deus para os homens. Um dia entre sete tem de ser consagrado a adoração e culto a Ele. Tanto a criação quanto a redenção comprovam que Deus precisa ser honrado dessa maneira.
Desde a criação do mundo até a vinda de Cristo, esse dia era o último da semana. Os crentes do Antigo Testamento olhavam para frente, para o descanso que o Salvador traria.
Mas Cristo já veio. Ele ressuscitou vitoriosamente sobre to- dos os seus inimigos. Essa vitória foi conquistada no primeiro dia da semana. Nesse dia, o Senhor Jesus foi ao encontro de seus discípulos, que estavam reunidos para ter comunhão com Ele.Portanto, temos de celebrar o descanso que Ele conquistou para nós. Devemos entrar no seu descanso por oferecer-lhe nossa adoração no primeiro dia da semana.
Esse é o único padrão demonstrado nas Escrituras do Novo Testamento em referência ao dia de adoração para o povo de Deus.

Fonte: http://www.editorafiel.com.br/


Deus em Cristo te abençõe sempre.

Pastor Marcílio G. Marinho

quarta-feira, 10 de março de 2010

O Olhar de Amor

O Olhar de Amor
Thabiti Anyabwile


Thaibiti Anyabwile – é o pastor da Primeira Igreja Batista, nas Ilhas Grand Cayman. Ele possui bacharelado e mestrado em psicologia obtidos na North Carolina State University. Serviu como pastor assistente na Capitol Hill Baptist Church, em Washington D.C. Thabiti tem sido convidado como preletor em diversas conferências e seminários nos Estados Unidos e em outros países, é autor de artigos teológicos e livros, um deles, "O que é um membro de Igreja Saudável?", está no prelo pela Editora Fiel. Ele e sua esposa, Kristie, têm três filhos.

Todos os escritores dos quatro evangelhos falam sobre aquela noite em que Pedro negou o nosso Senhor com três declarações de rejeição crescentes. Eles nos contam o choro amargo de Pedro quando ele compreendeu que Jesus predissera corretamente a sua negação, antes que o galo cantasse. Todavia, Lucas inclui um pequeno detalhe, profundo.
Lucas 22.61 diz que, após a negação de Pedro pela terceira vez e o cantar do galo, "voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo".
Esse olhar deve ter arrasado Pedro de inúmeras maneiras! Quando o Senhor olha para nós em nosso pecado e rejeição, só podemos ficar abatidos de tristeza. E a verdade é: o Senhor nos vê todo o tempo, em nossas várias falhas, pecados, negações e rejeições.
O que foi esse olhar? O que Pedro viu nos olhos de Jesus? O olhar significou: "Eu lhe disse isso"? Não creio que o Senhor se regozijou com o fracasso de Pedro.
Jesus olhou para Pedro com olhos de ira e juízo? Não penso assim. Jesus não esmagará a cana quebrada nem apagará a lâmpada que fumega.
Aquele olhar não significou: "Como você pôde fazer isso?" Não acredito que o olhar de Jesus comunicou mágoa pessoal. Jesus não veio para sobrecarregar-nos com culpa; antes, para removê-la.
Penso que aquele olhar foi amor puro e santo... que não suportamos contemplar quando estamos em nosso pecado. Em nossa justiça própria, poderíamos entendê-lo – e até desejar – como ira, ou desapontamento, ou mágoa, ou mesmo "Eu lhe disse isso". Mas, quando o Senhor continua a olhar para nós com amor puro e imaculado... isso nos tira toda justiça própria e nos faz ver que amor santo rejeitamos... e que pessoas ímpias nós somos. Não podemos suportar Jesus olhando para nós com esse amor puro e santo, quando falhamos tão miseravelmente. Portanto, como Pedro, volvemos nosso rosto e choramos amargamente, quando falhamos para com nosso Senhor.
E esse é um erro terrível. Se, quando pecamos contra o Senhor, pudéssemos continuar olhando para sua face, veríamos que este amor santo nos aceita. Ele nos perdoa e nos purifica. Livra-nos da culpa e remove a vergonha. Cura os abatidos e ergue os indignos. Se pudéssemos apenas contemplar a face do Senhor, veríamos um olhar amável que diz: "Venha a mim".
É a face daquele que ama de tal modo que vence o nosso pecado... toma o nosso pecado como dele mesmo... suporta nossa culpa como se fosse sua... um amor que nos une a ele mesmo. Olhar para essa face, pela fé... implica sentir e conhecer o amor mais santo, mais sacrificial e mais redentor possível.
O maior problema de Pedro não foi que ele negou três vezes a Jesus. Ele foi restaurado disso. Nosso maior problema não é negar ou desapontar a Jesus.
O maior problema de Pedro foi que ele saiu e chorou sozinho... em vez de correr para a face amorosa de Jesus. Nosso maior problema é afastar nosso olhar de Jesus. Ele removeu nossos pecados. Temos de olhar para ele e continuar olhando para ele, até que nos regozijemos em sua aceitação amorosa.
Se somos crentes há qualquer tempo, já descobrimos que nossa vida é cheia de fracassos e pecado... até de vários tipos de negação. Mas também descobrimos que ele continua olhando... e chamando-nos a si mesmo. Crente... olhe para Jesus. Não vire o rosto.
Fixe seus olhos em Jesus,
Contemple toda a sua face admirável,
E as coisas da terra ficarão ofuscadas
À luz da glória e graça de Jesus.

Traduzido por: Wellington Ferreira
Copyright© Thabiti Anyabwile
Copyright© Editora FIEL 2010.
Traduzido do original em inglês: The Look of Love. Publicado em inglês por "The Gospel Coalition", na seção: BLOGS – Thabiti Anyabwile.
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Que Deus te abençõe sempre

Pr. Marcílio G. Marinho





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